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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Revolta popular em Chimoio PRM conseguiu controlar os “ânimos” dos manifestantes em Manica

Depois das cidades de Maputo e Matola terem parado na quarta e quinta-feira passada, devido as manifestações causadas pelo elevado custo de vida no país eis que na manhã de sexta-feira a cidade de Chimoio é surpreendida por uma revolta popular de género e causa completamente iguais.

As manifestações ocorridas em Chimoio, segundo constatámos iniciaram naquela urbe a partir dos bairros periféricos, nomeadamente Nhauriri, 25 de Junho, Nhamaonha, Centro hípico e 7 de Abril, este ultimo tido como pico, concretamente no mercado grossista “38 milímetros” onde cerca de 40 bancas de construção precária foram reduzidas à cinza.

No centro da cidade estas fizeram se sentir no prolongamento da Av. 25 de Setembro onde os manifestantes vandalizaram uma padaria tendo se apoderado de todos os pães e assaltaram uma loja de venda de material de construção para além de terem partido vidros das antigas instalações do Tribunal Militar.

No prédio azul, localizado no bairro Vila Nova, segundo os residentes, foi bloqueada a via que dá acesso ao bairro Tambara-2 e este foi tido como o local mais dramático a avaliar pelas viaturas que foram obrigadas a inverterem o sentido de marcha.

Facto comum é que os manifestantes na sua maioria crianças, incendiavam pneus e colocavam barricadas nas principais vias que dão acesso à cidade planáltica de Chimoio.

Até ao final do mesmo dia (sexta-feira passada), devido a forte intervenção policial, a situação voltou a calma em Chimoio e rescaldo policial em nosso poder aponta 68 indivíduos detidos, seis feridos dois dos quais com gravidade.

Para alguns analistas de fenómenos sociais ouvidos pelo Escorpião, o facto de não ter havido vítimas mortais em Chimoio significa que a PRM local acatou o apelo lançado pela Amnistia Internacional que instou a polícia moçambicana a não usar munições letais para dispersar manifestações violentas que inicialmente tiveram lugar nas cidades de Maputo e Matola.

Uma fonte policial em Chimoio, disse não saber o número real de agentes destacados ao terreno, mas precisou que o pessoal burocrático e a polícia de Transito foram equipados para reforçar a Força de Intervenção Rápida e os polícias de protecção, vulgo “cinzentinhos”.

SITUAÇÃO CONTROLADA NO DISTRITO DE MANICA

Já no distrito de Manica, província do mesmo nome a situação foi cedo controlada pelo forte contingente policial que foi mobilizada ao terreno.

Segundo apurámos, neste distrito a manifestação terá sido protagonizada por um individuo que desceu de um transporte semi-colectivo de passageiros vulgo “Chapa 100” que saía de Chimoio, tendo agitado aos demais com palavras do tipo “Chimoio já começou, vamos também”.

O pior não aconteceu, segundo fontes do Escorpião em Manica porque a polícia deteve de imediato o suposto agitador, encontrando-se presentemente sob custódia policial para mais averiguações que poderão levar-lhe a indicar as motivações para o efeito.

EMPRESÁRIOS DE CHIMOIO ENALTECEM O PAPEL DA POLÍCIA

Entretanto alguns empresários em Chimoio enalteceram o trabalho levado a cabo pela P.R.M na província de Manica, concretamente na cidade de Chimoio que conseguiu em tempo recorde conter os ânimos dos manifestantes que iniciavam as suas incursões um pouco por todos os cantos daquela cidade.

Luís Rufaro, um dos empresários da praça em Chimoio, que escapou por um triz a fúria popular disse em mensagem enviada ao comandante provincial da PRM, Lourenço Catandica que “não sei o que havia de ser se esta prontidão policial não houvesse”.

Por seu turno Mahomed Icbal um outro empresário baseado em Chimoio disse em entrevista ao Escorpião que “a nossa polícia trabalhou muito. Houve patrulhamento em todos os bairros até a noite e os homens da lei e ordem nem dormiram tudo para garantir a segurança e tranquilidade públicas, alias esta a principal missão da polícia”.